quarta-feira, 1 de setembro de 2010

MUNDO CAO


A expressão "mundo cão" me faz pensar que nem tudo na vida é uma mar de rosas. ^^

        Era uma manhã de sábado quando eu e meu irmão Marcos voltávamos da igreja  atravessando um largo terreno baldio uns quinhentos metros da nossa casa, quando nos deparamos com uma moitinha de capim uivante...uuuuuuuuuuuuuuuu...uuuuuuuuuuuuuu...uuuuuuuuuuuuuu.  Impulsivo Marcos foi verificar o que era, eu me mantive distante para variar, para nossa surpresa uma cachorrinha pestiada, olhos remelentos e esquelética se mostrou.

Coitadinha! Vamos levar e cuidar dela. - disse Marcos.

Você só pode estar brincando não é? - indaguei. 

Nossa mãe não vai gostar nada disto! - afirmei. 

Não podemos deixar ela aqui para morrer! - "snif" retrucou.  

Além do mais como pretende levar ela? - repliquei. 

        Logo adiante uma sacola de plástico nos ajudou a resolver parte do problema que estava apenas começando. Em casa nos fomos diretamente para o quintal, improvisando embaixo de um pé de laranjeira  uma casinha com restos de madeira. Logo que meu outro irmão Adriano tomou conhecimento do que se passava, tornou-se aliado fiel do Marcos. Eu me mantinha distante de tudo, pois temia uma bronca gigante por ser o mais velho do trio. A movimentação era grande: separar comida, dar água, trocar os panos da "pestiadinha" não era tarefa fácil. Apenas dois dias durou a secreta operação "Bom Samaritano", a confusão finalmente estava armada. 

        Não preciso dizer o quanto a dona Helena ficou indignada, pior ainda por se tratar uma de  fêmea. Imaginem as caras e bocas dos meus irmãos tentando defender o desgraçado animal. Graças a Deus coração de mãe é mole, minutos depois ela preparava um mistura de carvão com óleo para a enrrugada e fétida pele do animal. Para curar internamente ela colocava na comida pequenas doses de enxofre. Acreditem vocês, em menos de dois  meses a moribunda havia recuperado seu pelo marron dourado e a verde  tonalidade dos seus olhos. Com o tempo "pestiadinha" passou a se chamar "Lilica" e até hoje me recordo da grande lição de amor e interesse que deveríamos ter pelas criaturas, incluindo certamente a humana.  

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        A mulher Cananéia de Mateus 15:21-28   é um emocionate relato bíblico movido por uma  fé encorajadora. Mesmo vislumbrando esse gesto de profundo apelo, Jesus insiste em dizer que não pode ajudá-la: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. No entanto, a   fé em Jesus e o amor profundo de mãe, faz com que essa mulher saiba responder a Jesus: “É verdade, Senhor, mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!”.
        
        A primeira vista pode-nos parecer que Jesus manteve-se com um coração duro, e diríamos até insensível, perante essa mãe que clamava auxilio. Porem devemos nos lembrar que Deus se utiliza das mais mirabolantes formas para ensinar-nos seu Reino. Neste sentido, Jesus vale-se desta situação com sutileza irônica. Como já foi dito, Jesus estava sempre cercado por judeus. Cachorrinho era a forma que eles chamavam os gentios. Assim, Jesus chamando-a nos mesmos termos consegue evocar para si a atenção dos judeus, para mais uma vez, dar-lhes um belo ensinamento. 

Gratos por saber que somos especiais para Deus e que de modo algum a rejeição faz parte do seu carater.

Pense nisto.

Seu amigo Roberttus

2 comentários:

  1. olá querido amigo, parabéns pelo blog, de muito bom gosto! Parabéns pelas palavras, grande e sábias palavras! Adorei o nome "Giboia Emocional". Sucesso e mais Sucesso sempre! bjo, Dani Bonifacio

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  2. O "Jibóia Emocional" é resultado de uma daquelas conversas bobas e expontâneas com amigos do sofismo. Um espaço Livre, (porém nao menos sério) para "digerir", "mastigar", assim como as jibóias, questoes importantes da vida ou de pura relevância. Seja bem vinda!!!

    Daniele Bonifácio casada com Maurício, mora em Santa Catarina, é publicitária e uma exelente fotógrafa.

    meu estimado carinho e amizade Dani!

    Roberttus

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