terça-feira, 31 de agosto de 2010

O NÁUFRAGO


No filme "O NÁUFRAGO", lançado no ano 2001 pela  20th Century Fox e DreamWorks, Tom Hanks interpreta Chuck Noland, um engenheiro de sistemas do FedEx, cuja vida pessoal e profissional são controladas pelo relógio. Seu trabalho o leva, na maioria das vezes de um instante para o outro, para locais bem distantes - e bem longe de sua namorada, Kelly. Essa louca existência de Chuck termina abruptamente quando, depois de um acidente de avião, ele fica isolado numa ilha distante - um náufrago no ambiente mais desolado que se possa imaginar. Sem as conveniências da vida diária, primeiro ele tem que encontrar meios de suprir as necessidades básicas para a sua sobrevivência, incluindo água, comida e abrigo. Chuck, aquele que consegue resolver todos os problemas, acaba descobrindo como sobreviver fisicamente. Mas e depois?

Chuck começa sua verdadeira viagem ao enfrentar a provação emocional do isolamento. Após quatro anos, Chuck volta para a civilização como um homem profundamente mudado. Ele percebe que perder tudo o que tinha e o que achava que era importante foi a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido.

Existe em cada um de nós um pouco ou muito de Chuck Noland. Parece que vinte e quatro horas não tem sido o suficiente para definir o que é prioridade ou necessidade em nossas vidas tolas. As cobranças da sociedade, o consumismo e a busca por melhor qualidade de vida tem tornado nossos sonhos em pesadelos, nossa paz em ansiedade e a tão almejada felicidade numa meta inatingível. 

Baseado no filme de Hanks, compus o poema que divido agora:

O NÁUFRAGO

A lógica de tudo é que não existe lógica para tudo
A tragédia é apenas um momento entre o antes e o depois.
A sobrevivência é quando a morte falha e o milagre prevalece

Pela lógica eu não deveria estar aqui falando com você...

Dominei o fogo, pesquei o peixe, subi a montanha. Fiz da solidão minha companhia e dos uívos do vento minha canção de ninar

Pela lógica eu não deveria estar aqui falando com você...

A esperança foi trazida pela maré numa manhã qualquer. Asas me fizeram livres da cadeia sem muros que me aprisionavam

Pela lógica eu não deveria estar aqui falando com você...

Anos se passaram até que eu pudesse descobrir que o tempo é agora e não depois. A ironia de tudo é que o amor não compreende a sutileza da sua própria essência, e  nem sempre  é  tão forte quanto a esperança

Pela lógica eu não deveria estar aqui falando com você...

Você me enterrou ainda vivo, seguro que seus olhos nao podiam me ver. Um outro  ocupa agora o lugar e o tempo que um dia poderiam ter me pertencido

Pela lógica eu não deveria estar aqui falando com você...

Perdi meu amor, meu amuleto de pescoço, todavia a solidão me trouxe lucides, maturidade, me trouxe asas. Prestarei mais atenção no hoje, viverei menos no futuro, visitarei com regularidade o passado. Qualquer forma de tragédia não se compara ao ato de peder o tempo para amar

Pela lógica eu não deveria estar aqui falando com você...

Decido continuar respirando, decido continuar sobrevivendo

Pense nisto.
seu amigo Roberttus

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