segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PALHAÇOS TAMBÉM CHORAM


O dia era de festa, meu irmão e eu havíamos representado brilhantemente nossas escolas num concurso de desenhos e slogans para uma campanha de higiene bucal em nossa cidade. Felizmente fomos vencedores, levando para casa uma "Caloi Cross" e duas medalhas, mas algo maior que minha euforia pelos prêmios, ficaria apartir daquele instante registrado na memória. 


Atrás do palco encontrei um palhaço sentado numa marquise, chorando copiosamente, balbuciando palavras sem sentido. Minha mente infantil não admitia ver uma criatura mágica como aquela, naquele estado deprimente. Inocentemente perguntei o motivo do seu choro, e se eu poderia ajuda-lo de alguma maneira; ele meio sem graça exugando algumas lágrimas, afirmou que tudo ficaria bem. Colocando-se em pé, ajeitando seu nariz vermelho, veio na minha direção passando a mão sobre minha cabeça, retomando em seguida seu  trabalho. 

Num mundo onde o sorriso tornou-se sinônimo de glamour e estatus, somos direta ou indiretamente pressionados a usar nossas máscaras, maquiar nossas tristezas quando algo não esta bem, rezando heroicamente o dito popular: O Show Tem Que Continuar! 

Ser tido como baixo astral, pessemista, depressivo, um poço de lamúria, certamente não é algo elevado para nossa natureza, porém sucumbir as exigências extremadas do grupo ou da mídia, tão pouco poderá produzir seres maduros, aptos ou capacitados para enfrentar dias de turbulência emocional. Mitos querem nos levar a crer que erros nas decisões diárias, funcionam como um alavanca contrária as realizações, evitando assim as chances da felicidade.  "Ninguém arquiteta sua destruição e se sente feliz por isto", é um outro argumento que uso geralmente para defender a idéia de que erros são na verdade tentativas de acertos, segundo a compreensão que cada indivíduo têm sobre a felicidade ou deseja obter dela.   

"O Maravilhoso Mágico de Oz"- obra clássica da literatura norte americana por Lyman Frank Baum, me faz pensar numa hipótese extremamente simples: Uma atitude autêntica consigo mesmo, sem máscaras ou representações teatrais, poderia ser o primeiro tijolinho amarelo rumo a descoberta desta tal felicidade, não crê você? 

Pense nisto!

Boa semana para todos. 

Seu amigo Roberttus

2 comentários:

  1. adorei o blog..e o artigo do palhaço tbm..muito interessante!! infelizmente essa é a verdade: por causa do "show que tem q continuar", somos obrigados a usar "máscaras".

    muito bom amigo!abraço!

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  2. É um prazer tê-la em nosso meio Andréia, mais ainda por se tratar da maninha da Angela. O jibóia emocional é um espaço livre onde as pessoas podem falar o que pensam, sem preocupação ou busca pela aprovação alheia. Afinal a felicidade é um problema pessoal - já dizia Freud.

    Bjimmmm fique conosco.

    Roberttus

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